Levantou-se como todos os dias à mesma hora, desceu para tomar o pequeno almoço e saiu para o passeio matinal. Era um homem de rotinas. Gostava de passar junto ao gradeamento e deter-se a contemplar a vida daqueles seres estranhos que do outro lado deambulavam com ar atónito, iam e vinham em caminhos sem sentidos, o olhavam por vezes com olhares alheados da realidade, que gritavam sem motivo, discutiam, zangavam-se, brigavam por nada.
Todos os dias os observava um pouco, não para os entender, por saber não os entender. Eram muito estranhas as pessoas do lado de fora.